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História

Caíde de Rei localiza-se no concelho de Lousada, a cerca de 10 quilómetros da sede, no distrito do Porto; o seu orago é S. Pedro, celebrado anualmente no mês de Junho.A região onde se insere a freguesia é arqueológica e toponimicamente bem documentada, existindo desde vestígios materiais de povos pré-históricos, fortificados castrejos e edificações dolménicas, a topónimos que indicam a ancianidade desta povoação; são exemplos claros, para além do topónimo principal: "Povoense", "Laje" e "Mouro". Foram descobertos alicerces de construções romanas, sepulturas com vasos em cerâmica e ao lado destas, sepulturas cristãs cavadas na pedra. O monte do Castro, no lugar da Boavista, com a sua configuração defensiva, numa cumeeira vigilante e dominadora, é também indicativo dessas ocupações antiquíssimas; embora esta fixação humana não fosse permanente, manteve-se o tempo suficiente para que a povoação não se extinguisse.

Uma lenda local relaciona o topónimo "Caíde de Rei", com o facto de no sítio onde viria a ser construída a Casa da Quintã (actualmente parte integrante do património cultural e edificado), o rei ter caído do seu cavalo. Outra versão popular aponta para a existência, no local, de uma povoação sarracena, aquando do domínio árabe, perdurando ainda o lugar de Mouro. Caíde não deveria ser senão uma outra forma de dizer "Kaid', palavra árabe para chefe, ou alcaide; esta é talvez a que melhor harmoniza a tradição popular com algum fundamento histórico. "Caíde" surge também em alguns dicionários de toponímia como uma variante do baixo-latim" Villa Cagildi", "a quinta de Cagildo". 

Administrativamente, Caíde de Rei pertenceu ao concelho de Santa Cruz de Riba-Tâmega, extinto em 24 de Outubro de 1855.

No património edificado na freguesia destacam-se a Igreja Paroquial, o pelourinho, e o obelisco; impõem-se também alguns solares, que atestam a preferência de famílias nobres por esta região: a já referida Casa da Quintã, do século XVIII e que foi durante muitos anos popularmente denominada de "Casa de Caíde", sendo ainda hoje os descendentes dos que lá moraram, conhecidos como "os de Caíde"; e a Casa de Vila Verde, mandada construir pelos Afonsos de Sousa, no século XVI e que foi reconstruída e aumentada no século XVIII. 

Banhada pelo rio Sousa, esta freguesia tem como base da sua economia a agricultura, com produções de todos os géneros agrícolas, como o milho, o trigo, o feijão, a batata e o vinho; porém, actualmente o seu interesse está voltado notoriamente para a indústria, nomeadamente, a têxtil, a de construção civil e a de metalurgia.


DADOS HISTÓRICOS

Origens

Uma lenda local atribui o nome da freguesia, ao facto de junto à casa da Quintã ter caído do seu cavalo o rei. Durante muitos anos o povo chamava à casa da Quintã, a casa de Caíde. Mas esta lenda não tem qualquer fundamento histórico.

Existe ainda outra versão popular segundo a qual no lugar do Mouro, terá habitado um Alcáide mouro, no tempo do domínio Árabe.

Segundo, José Augusto Vieira, o nome da freguesia deriva de Kaid, que exprime a ideie de governo. Antigamente o Alcaide era apenas o governador de alguma fortaleza ou castelo. Com a corrupção dos tempos, se suprimiram as letras "a" e "l" ficando, em vez de Alcaide, Caíde. Esta opinião é no entanto a que melhor se harmoníza com a tradição popular e com certo fundamento histórico.

O topónimo Caíde de Rei anterior à Nacionalidade, crê-se de origem germãnica significando vila.

 

Foral

Referem-se-lhe as Inquisições de 1220 e 1258 como “Parrochia Santi Petri Cadii” acrescentando que “era do padroado real”.

Em 1708 era reitoria da Comenda da Ordem de Cristo no concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, comarca de Guimarães e Arquidiocese de Braga. Mais tarde e por doação régia, o se­nhorio e a representação passarem aos condes de Sabugal, dentro da mesma comanda da Ordem de Cristo.

A partir dos meados do séc. XIX passou a pertencer reli­giosamente à diocese do Porto.

Em 1838, fazia parte da comarca de Amarante.

A partir de 24 - 10 - 1855 (extinto o concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega) aparece a freguesia de Caíde de Rei integrada no actual concelho de Lousada.

 

Vestígios Romanos e Pré-Romanos

Foram há anos encontrados, nesta freguesia, no lugar da Povoense (hoje transformado em vinhas, mas que o próprio nome povoense indica o nome de povoação), vestígios da existência de tribos primitivas, Encontraram-se alicerces de construções romanas, sepulturas com vasos de cerâmica (onde colocavam as cinzas dos corpos queimados), época Pré-Cristá, e ao lado sepulturas cristãs cavadas na pedra. Este local fica nas bouças da Seara, hoje pertença da Casa de Vila Verde.

O monte do Castro, situado no lugar da Boavista, limita o lugar de Caíde de Rei com a da Aveleda, é também um indicativo de uma fortificação castreja.

A área da freguesia, deve ter sido defendida por uma propriedade rústica romana que depois das invasões se dividiu (parcelou) em várias propriedades, quintas e casais agrícolas.

 

PESSOAS CELEBRES

Zé do Telhado

Um homem dotado de bons sentimentos esses que perdeu vítima do meio familiar e militar em que viveu. Pode dizer-se que foi uma vítima do seu tempo. Era muito respeitador dos seus conterrâneos e das mulheres e crianças das casas que assaltava, tinha sempre a preocupação de recomendar aos seus homens esse respeito.

Se perguntar-mos a qualquer pessoa daqui, quem foi o Zé do Telhado, obtemos a mesma resposta: - Era um ladrão, que rouba­va aos ricos para dar aos pobres, distribuía o produto dos seus roubos pelos mais necessitados.

Foi o homem mais falado destas redondezas, deixando após si uma lenda que o povo foi pouco a pouco tecendo e transmitindo de geração em geração até aos nossos dias.

 

Frei António

Foi filho ilustre de Caíde, Frei António de Mesquita.

Nasceu e morreu na casa de Vila Verde.

Frei António de Mesquita era um homem muito culto, foi o organizador do arquivo da casa de Vila Verde.

Foi abade em vários conventos da Ordem de Cristo (no Convento de Salsedas -Lamego, no de Bouros- Gerês e outros).

Quando o exercito liberal entrou no Porto em 1832, ele era o procurador geral da Ordem de Cristo.


ACTIVIDADES HISTÓRICAS

Touradas À Vara Larga

No lugar de Sobreira realizavam-se as chamadas touradas à vara larga. Em geral eram organizadas por alguém que pretendia vender uma pipa de vinho, e alguns petiscos.

A praça era feita com carros de bois (colocados ao alto com as rodas voltadas para o interior da praça e um traço de pinheiro para os segurar, colocado do lado exterior), a com grades.

O boi bravo vinha a pé, da freguesia de Avessadas no concelho de Marco de Canaveses, ao lado de um boi manso. Preso com duas grandes cordas de carro, uma para a frente a outra para trás, eram seguradas por oito homens (4 à frente e 4 a trás) os quais não podiam esquecer as suas grandes rachas.

O boi era quase e sempre corrido por homens embriagados e por isso se faziam valentes a corajosos para picarem o boi com compridas varas. Muitas vezes os toureiros eram corridos pelos bois e arremessados contra os carros e as grades.

Era um espectáculo que reunia muita gente mesmo das freguesias vizinhas e que no fundo servia para o senhor organizador arranjar uns tostões, e para o povo rir com vontade.

 

A Dança

O passatempo que mais saudade deixou marcada no rosto desta gente foi a dança.

Toda e qualquer reunião era motivo para dançar - as vindimas, as desfolhadas, os trabalhos do linho - enfim todos os trabalhos terminavam com uma alegre e animada dança.

Mas ao domingo, da parte da tarde, nas encruzilhadas dos caminhos, era certo e sabido haver dança. Bastava ouvir-se o som de uma viola, para logo se juntarem rapazes e raparigas em grande número.

Nem sempre isto acabava muito bem, por vezes terminava com discussões ou mesmo com pancada, entre os rapazes, provocada pelo ciúme ou entre os rapazes e o pai de alguma rapariga, que porventura estivesse a policiar o local.

 

O Jogo da Malha

Hoje praticamente desapareceu o hábito de jogar a malha. Só em poucas romarias se vê ainda alguém que faz a chamada corrida da malha, mais conhecida pela corrida do Galo isto é jogam a malha, pagam ao dono da corrida uma determinada quantia por cada partida e no fim quem fizer mais pontos ganha o galo.

O chamado jogo da malha era antigamente praticado com o fim de passar tempo. Ao domingo de tarde.

Não tinha no fundo o espírito lucrativo mas sim passar o tempo. Bastava juntar-se 4 ou 6 amigos que gostassem do jogo da malha e logo passavam a tarde distraídos.

Junto às tascas era o local também muito usado para se fazer este tipo de jogo mais aí geralmente com fins lucrativos.